STF - Plenário
ADI 350-SP
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Relator: Dias Toffoli
Julgamento: 18/06/2021
Publicação: 25/06/2021
STF - Plenário
ADI 350-SP
Tese Jurídica Simplificada
Não viola a competência legislativa da União dispositivo de constituição estadual que proíbe a caça em seu território.
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Tese Jurídica Oficial
Não afronta a competência legislativa da União o dispositivo de Constituição do estado de São Paulo (art. 240) que proíbe a caça em seu respectivo território.
Resumo Oficial
Considerando as regras de repartição de competência previstas nos arts. 23, VI e VII, e 24, VI, da Constituição Federal (CF), o constituinte estadual apenas reforçou a proibição de caça prevista no art. 1º da Lei 5.197/1967, norma geral editada pela União.
No entanto, cabe destacar que, na interpretação do art. 240 da Constituição do estado de São Paulo, não devem ser incluídas a vedação às modalidades conhecidas como caça de controle e caça científica. Isso porque essas modalidades de caça destinam-se ao reequilíbrio do ecossistema, tendo, portanto, natureza protetiva em relação ao meio ambiente.
Apesar de o caput do art. 1º da Lei 5.197/1967 também vedar o exercício da caça, os arts. 3º, § 2º, e 14 admitem as atividades de “destruição” para fins de controle e de “coleta” para fins científicos.
Com base nesse entendimento, o Plenário, por unanimidade, julgou parcialmente procedente o pedido formulado na ação direta, para tão somente conferir interpretação conforme à expressão “sob qualquer pretexto”, esclarecendo que não se incluem nessa vedação a destruição para fins de controle e a coleta para fins científicos, previstas, respectivamente, nos arts. 3º, § 2º, e 14, ambos da Lei federal 5.197/1967.
Os artigos 23, VI e VII, e 24, VI, da Constituição Federal estabelecem o seguinte:
Considerando tais regras de repartição de competência, o constituinte estadual, ao legislar acerca da proibição da caça no território do respectivo estado, apenas reforçou uma proibição já existente em lei federal, qual seja a Lei 5.197/1967:
Apesar disso, na interpretação do dispositivo da referida constituição estadual não devem ser incluídas as proibições quanto à caça de controle e à caça científica, por tratar-se de modalidades de caça voltadas ao reequilíbrio do ecossistema asseguradas pelos arts.3º, §2º e 14 da Lei 5.197/1967, possuindo natureza protetiva em relação ao meio ambiente.
Assim, o dispositivo de constituição estadual que proíbe a caça em seu território não viola a competência legislativa da União.