STF - Plenário

ADI 2.381-RJ

Ação Direta de Inconstitucionalidade

Relator: Marco Aurélio

Relator Divergente: Alexandre de Moraes

Julgamento: 30/04/2021

Publicação: 10/05/2021

STF - Plenário

ADI 2.381-RJ

Tese Jurídica Simplificada

Primeira Tese

Lei estadual pode prever a autonomia financeira do Ministério Público.

Segunda Tese

Lei estadual não pode instituir gratificação para os membros do MP a ser paga pelo Judiciário em função de serviço prestado à Justiça Eleitoral.

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Tese Jurídica Oficial

Primeira Tese

É constitucional dispositivo de lei estadual que prevê a autonomia financeira do Ministério Público.

Segunda Tese

É inconstitucional dispositivo de lei estadual que institui gratificação aos membros do MP pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral a ser paga pelo Poder Judiciário

Resumo Oficial

É constitucional dispositivo de lei estadual que prevê a autonomia financeira do Ministério Público.

Decorre da própria sistemática constitucional a possibilidade de o Ministério Público (MP) gerir-se sob o ângulo financeiro, inclusive apresentando proposta orçamentária, como corolário da independência funcional assegurada no artigo 127, § 1º, da Constituição Federal (CF). O tratamento é simétrico àquele conferido ao Poder Judiciário, sem qualquer distinção, no artigo 99, § 1º, da CF.

É inconstitucional dispositivo de lei estadual que institui gratificação aos membros do MP pela prestação de serviço à Justiça Eleitoral a ser paga pelo Poder Judiciário.

É impróprio que ato normativo, cujo processo legislativo foi deflagrado pelo Procurador-Geral de Justiça, imponha ao Poder Judiciário obrigação financeira, bem assim a realização de dotação orçamentária específica. O princípio da separação de Poderes não pode ser interpretado como absoluto, mas tampouco são adequadas medidas voltadas a moldar o campo de atuação de outro Poder, sobretudo quando ausente a oportunidade de participação na discussão e tomada de decisão.

No caso, a obrigação imposta ao Judiciário no preceito em jogo decorre de diploma alusivo à atuação exclusiva do MP e concernente às respectivas finalidades institucionais. Descabe autorizar a inserção, nesse instrumento normativo, de preceito a criar obrigação e despesa a outro Poder.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente o pedido da ação direta, para declarar a constitucionalidade do art. 2º e a inconstitucionalidade do art. 91, V, ambos da Lei Complementar (LC) 106/2003 do estado do Rio de Janeiro, vencido o ministro Marco Aurélio (relator) apenas no tocante à legitimidade da requerente.

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